Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia cardíaca inovadora


Este foi o terceiro procedimento cirúrgico efetivado com 100 % de sucesso com nova tecnologia e aparato do hospital
Data da Notícia: 17/09/2014 00:00:00

Os médicos cardiologistas Sérgio Berti, Marcelo Ribeiro, Said Assaf e Maximiliano Lacoste que realizaram os procedimentos na Santa Casa

A equipe de Hemodinâmica da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos realizou na tarde de ontem, 17, duas cirurgias cardíacas inovadoras com 100% de sucesso no procedimento que tecnicamente é chamado de fechamento de Comunicação Interatrial (CIA), mas que pode ser traduzido como um fechamento de um orifício dentro do coração. A doença traz danos e riscos à vida do paciente, caso não haja a correção. Esse orifício forma-se ainda no processo de gestação, na membrana que divide os dois átrios (cavidades) que formam o coração. De acordo com o médico cardiologista e coordenador do setor de Hemodinâmica da Santa Casa, Sérgio Berti, esta foi a terceira cirurgia do ano para tratar da doença, que é congênita, ou seja, nasce com a pessoa. “Em todos os casos tivemos uma resposta favorável com os pacientes respondendo positivamente após o procedimento”, afirmou. A cirurgia, que foi feita com uma equipe formada por cinco profissionais entre médicos e enfermeiros, contou com a presença do cirurgião cardíaco do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, na capital paulista, Marcelo Ribeiro, que realizou os procedimentos na Santa Casa. “O Instituto Pazzanese é hospital de referência em cirurgia cardíaca, e o convite ao Marcelo se deu pela experiência que ele agrega ao serviço oferecido pela Santa Casa”. Berti analisa ainda que, este é um procedimento inovador, realizado em poucos serviços hospitalares do Brasil. “É uma novidade tecnológica, que vem promovendo cirurgias com grande sucesso e baixo risco de problemas pós-operatórios”. Historicamente, a primeira alternativa ao tratamento cardíaco congênito era a cirurgia clássica, que traz toda a liturgia de paciente sedado, abertura do tórax, bombeamento do sangue por aparelho, enfim o modo clássico de se efetivar as correções necessárias aos problemas de coração. No entanto, a inovação trouxe uma cirurgia muito menos invasiva que é feita via sonda colocada dentro do corpo do paciente através de uma veia ou artéria, até chegar ao coração. “Se faz o fechamento do orifício com o coração batendo pela sonda que leva uma membrana (prótese), que veda a Comunicação Interatrial”, afirmou Ribeiro. Por uma pequena incisão na virilha do paciente se sobe com o cateter e a prótese até chegar ao coração e efetivar o fechamento da CIA. “Este é um procedimento que é adotado como primeira opção nos Estados unidos e na Europa, exatamente por ser muito pouco invasivo, ter uma redução significativa de riscos cirúrgicos e o paciente normalmente não precisa de recuperação em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Os adultos vão logo para o quarto após a cirurgia, as crianças por conta da anestesia ficam na UTI infantil para acompanhamento, mas por um tempo também reduzido”, afirmou Ribeiro. O cardiologista do Instituto Dante Pazzanese analisa que no Brasil este procedimento tem a tendência de se tornar a primeira opção, mas pelo alto custo da prótese, ainda está restrito a paciente conveniados a planos de saúde. Mas, há uma sinalização do ministro da Saúde, Arthur Chioro que essa cirurgia integre a lista de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). O cardiologista referendou a equipe e a estrutura da Santa Casa, avaliando que o hospital lhe ofereceu todas as condições para que o procedimento cirúrgico resultasse em êxito. “Desde a primeira cirurgia tivemos sucesso nos procedimentos com o pós-operatório tranquilo para os pacientes. Eu me sito muito a vontade de vir para cá trabalhar”. Até o momento a equipe de Hemodinâmica da Santa Casa de São Carlos realizou três procedimentos dois em adultos que estão na faixa etária entre 30 e 50 anos e uma menina de cinco anos. De acordo com o cardiologista Berti, os sintomas que podem configurar problemas na Comunicação Interatrial, principalmente em crianças são excesso de cansaço, infecção respiratória recorrente e dificuldades em ganhar peso. Ele avalia que o procedimento ganhou inovação com a tecnologia que além de ser menos invasivo trouxe uma melhora na socialização desse paciente, principalmente mulheres. “A doença é geralmente detectada em crianças ou em adultos jovens. Em casos que se opta pela cirurgia clássica o procedimento deixa uma cicatriz no peito, que gera problemas na socialização desse paciente, principalmente mulheres. Com o novo procedimento elimina-se essa questão”, finalizou.