Cerca de 260 profissionais, compostos por médicos, enfermeiros, técnicos e equipe administrativa participaram da capacitação intensiva para o atendimento especializado ao paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O objetivo é reestruturar todo o sistema de saúde para que a Santa Casa se torne referência e tenha uma unidade especializada pra esse tipo de atendimento. Para isso, é necessário que os profissionais estejam capacitados para identificar rapidamente os primeiros sinais logo quando o paciente solicita o socorro. Esse paciente terá prioridade no atendimento, e passará imediatamente pelos exames.
Desde março, a Santa Casa de São Carlos conta com uma equipe de cinco neurologistas com ampla experiência em terapia trombolítica. Eles seguem um protocolo internacional: aplicam o trombolítico que dissolve o coágulo do cérebro, fazendo com que o fluxo de sangue da região afetada volte a circular, evitando as sequelas dessa grave doença. Mas esse tratamento só é possível, se os sintomas de AVC isquêmico começarem a aparecer, a medicação só pode ser aplicada até quatro horas e meia do início dos sintomas.
Em parceria com a Santa Casa, a Boehringer Ingelheim, empresa responsável por liderar o segmento de tratamento trombolítico para o AVC no país, foi a responsável pelo treinamento. A empresa também apoia o projeto Angels, que tem como objetivo apoiar entidades locais e internacionais na otimização do atendimento do AVC.
Existem dois tipos da doença: o AVC Isquêmico, que é o entupimento de um vaso que leva sangue ao cérebro, impedindo a passagem de oxigênio para os neurônios, causando a morte da região afetada. E o AVC Hemorrágico que se dá pelo rompimento de um vaso sanguíneo, causando sangramento no cérebro e pressão no crânio. Em média, uma em cada seis pessoas no mundo vão ter AVC em algum momento da vida. Sendo que uma em cada quatro pessoas que já sofreram um AVC, vão ter novamente. A doença é uma das maiores causas de morte no país. E é mais frequente em idosos e em pacientes com hipertensão, diabetes, fumantes e em quem não tem hábitos de vida saudável.
“Essa capacitação é de fundamental importância, pois os profissionais precisam estar preparados para identificar os primeiros sinais do AVC e ter rapidamente o diagnóstico desse paciente. Além disso, buscamos o apoio do Ministério da Saúde para que a Santa Casa se torne referência na prática do trombolítico. Esse é um medicamento de primeira linha no mundo e revolucionário na medicina, que muda drasticamente a vida da pessoa afetada pela doença. As pessoas precisam saber que esse medicamento é oferecido na cidade de graça pelo SUS, e que na maioria dos casos, a melhora é significativa. É um orgulho saber que a Instituição dispõe desse tratamento, e que podemos devolver ao paciente uma nova oportunidade de viver”, afirma o Neurologista, Vitor Marques.
“O objetivo do treinamento é ajudar o hospital a montar o protocolo do AVC. Para isso, oferecemos várias atividades, monitoria da coleta dos indicadores, assistimos durante seis meses a evolução do trabalho, fazemos simulações para que de fato esse protocolo aconteça da melhor maneira possível. Após a implantação do protocolo, a Instituição recebe o selo e uma placa Angels, provando assim, que o hospital está cadastrado no projeto e está totalmente habilitado para oferecer um serviço com mais qualidade ao paciente”, conclui a Educadora Científica e representante da Boehringer Ingelheimarte, Karla Leal Trevisan,
O AVC pode ser observado rapidamente pelos sintomas de dormência súbita ou fraqueza na face, braço ou perna, dificuldade para falar (boca torta), caminhar, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação. Ao identificar os primeiros sinais do AVC, ligue imediatamente para o SAMU pelo 192.