Santa Casa alerta sobre a importância de reconhecer os sintomas do AVC


O hospital oferece atendimento de excelência internacional. Mas apenas 16% dos pacientes atendidos este ano ficaram sem sequelas.
Data da Notícia: 29/10/2019 01:26:24

No Dia Mundial do AVC (29 de Outubro), a Santa Casa de São Carlos alerta sobre a importância de reconhecer os sintomas e procurar rapidamente uma unidade de saúde.

O hospital oferece atendimento de excelência internacional. Mas apenas 16% dos pacientes atendidos este ano ficaram praticamente sem sequelas. Isso porque a grande maioria chega muito depois do aparecimento dos primeiros sinais

O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é a segunda doença que mais mata no Brasil e no mundo. Por ano, 400 mil novos casos são registrados no país. E 100 mil pessoas morrem todos os anos. A estimativa é da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.

O AVC é conhecido popularmente como derrame e existem dois tipos: o hemorrágico, que representa 20% dos casos, e ocorre quando um vaso cerebral se rompe, provocando hemorragia. Já o mais comum, o AVC isquêmico, representa 80% dos casos e acontece quando uma artéria fica obstruída, impedindo a passagem de oxigênio para as células do cérebro, que acabam morrendo.

Para este tipo de AVC mais comum, a Santa Casa de São Carlos oferece um tratamento com base na aplicação de um remédio chamado trombolítico. Ele desentope os vasos sanguíneos e faz com que o sangue volte a irrigar o cérebro. Além do hospital contar com uma equipe com 5 neurologistas especializados. Com isso, a chance do paciente ter sequelas diminui muito.

É o caso do seu Rosemiro Aparecido da Silva. Quem conversa hoje com o marceneiro nem imagina que há um mês, ele teve um AVC. Foi durante um churrasco com a família. “De repente, eu comecei a sentir uma dor na nuca. Fui ao banheiro para lavar o rosto. E desmaiei”. A sorte do Rosemiro é que o irmão, que é enfermeiro, estava na festa. “Eu corri até o banheiro. Vi que meu irmão estava com o lado direito todo paralisado. Não tive dúvida. Coloquei no meu carro e corri para a Santa Casa”, conta Luciano Carlos da Silva.

No mesmo dia em que foi internado, ele começou a recuperar os movimentos. “Eu não conseguia mexer nem meu braço e nem a minha perna direita, e também não conseguia falar direito. Hoje ando e converso normalmente”.

O que fez diferença no caso do seu Rosemiro foi a agilidade da família: demorou apenas 45 minutos entre o aparecimento dos primeiros sintomas, o atendimento pela equipe médica da Santa Casa e a aplicação do remédio.  

O problema é que o exemplo do marceneiro ainda é uma exceção. De janeiro a agosto deste ano, a Santa Casa atendeu 268 pacientes com AVC. Desses, apenas 42 receberam o trombolítico, o que corresponde a 16%. “Para que o remédio consiga dissolver o coágulo e assim desentupir os vasos sanguíneos que irrigam o cérebro, ele precisa ser aplicado no paciente até 4 horas e meia depois do aparecimento dos primeiros sinais. E é aí que tá o problema. A maioria dos pacientes que a gente recebe, chega depois desse prazo”, explica o coordenador da Neurologia da Santa Casa, Vitor Marques.

Por isso, é tão importante ficar atento aos sintomas: fraqueza ou dormência súbita de um lado do corpo, dificuldade súbita para falar ou entender, para enxergar e para andar, vertigem, tontura e uma dor de cabeça bem intensa.

E mais importante ainda é se prevenir. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, 80% dos casos poderiam ser evitados. E para isso, não tem jeito, é preciso mudar o estilo de vida e trabalhar para controlar a pressão alta, o diabetes e o colesterol; parar de fumar; controlar o estresse praticando atividade física regularmente; se alimentar bem e assim evitar a obesidade e procurar um médico regularmente.