“Vontade de viver e muita esperança”. São com essas palavras que o motorista Luis Fernando Fidelix, de 37 anos, começa o seu relato de superação. Ele foi diagnosticado com COVID-19 e ficou internado por quase 3 semanas na Santa Casa, depois de ser intubado ficar inconscientes por vários dias. “A minha recuperação foi um verdadeiro milagre de Deus, nasci de novo”, comenta o motorista.
Luis Fernando é um dos 287 pacientes com suspeita de COVID-19, que receberam tratamento na Santa Casa desde o início da pandemia até agora (17/3 a 30/6). E faz parte de uma estatística que mostra o empenho e a capacitação da equipe de profissionais do hospital: 49,1% dos pacientes mais graves, que precisaram ser intubados na UTI, foram curados e receberam alta. O índice é melhor que a média nacional dos hospitais brasileiros. Entre os particulares, 35,8% dos pacientes nestas mesmas condições receberam alta. Entre os públicos, esse número é ainda menor: 29,3%.
“Isso mostra o nível da Santa Casa de São Carlos e da equipe de profissionais do hospital, todos altamente capacitados e qualificados para o cuidado dos pacientes vítimas da pandemia da COVID-19. E prova que o atendimento que oferecemos aqui é tão bom quanto os outros grandes hospitais do país”, comenta o médico infectologista da Santa Casa, Roberto Muniz Junior.
“Contra números não há argumentos né? Estatísticas como essas só trazem para gente e para toda a equipe da Santa Casa mais uma injeção de ânimo. Todos nós aqui temos batalhado sem medir esforços para vencer guerra contra o Coronavírus”, afirma o provedor da Santa Casa, Antonio Valério Morillas Júnior.
Os dados são do Projeto UTIs Brasileiras – Registro Nacional de Terapia Intensiva, uma parceria da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Epimed Solutions (empresa de desenvolvimento de sistemas para o atendimento hospitalar). 452 hospitais (129 públicos e 323 privados) de 157 cidades brasileiras participam desse programa, que tem como objetivo ajudar na orientação de políticas de saúde e estratégias para melhorar o cuidado dos pacientes críticos no país.
Confira os bons resultados da Santa Casa nos quesitos apontados pelo Registro Nacional de Terapia Intensiva:
MORTALIDADE DE PACIENTES EM UTI COM INTUBAÇÃO (SUSPEITOS E CONFIRMADOS)
SANTA CASA MÉDIA HOSPITAIS PÚBLICOS MÉDIA HOSPITAIS PRIVADOS
50,9% 70,7% 64,2%
(49,1% recuperados) (29,3% recuperados) (35,8% recuperados)
MORTALIDADE DE PACIENTES CONFIRMADOS EM UTI COM INTUBAÇÃO
SANTA CASA MÉDIA HOSPITAIS PÚBLICOS MÉDIA HOSPITAIS PRIVADOS
63,1% 70,5% 63,6%
(36,9% recuperados) (29,5% recuperados) (36,4% recuperados)
MORTALIDADE DE PACIENTES SUSPEITOS E CONFIRMADOS EM UTI
SANTA CASA MÉDIA HOSPITAIS PÚBLICOS MÉDIA HOSPITAIS PRIVADOS
34,9% 39,3% 18,7%
(65,1% recuperados) (60,7% recuperados) (81,3% recuperados)
MORTALIDADE DE PACIENTES SUSPEITOS E CONFIRMADOS
SANTA CASA MÉDIA HOSPITAIS PÚBLICOS MÉDIA HOSPITAIS PRIVADOS
24,1% 56,3% 28,7%
MORTALIDADE DE PACIENTES CONFIRMADOS
SANTA CASA MÉDIA HOSPITAIS PÚBLICOS MÉDIA HOSPITAIS PRIVADOS
37,1% 54,9% 28,2%
O motorista Luis Fernando Fidelix voltou a trabalhar nesta quinta-feira, 2 de julho. Ele conta que os primeiros sintomas, febre alta, ausência de apetite e dores no corpo, começaram depois de retornar de uma viagem a trabalho a Belo Horizonte, Minas Gerais. Na Santa Casa, além de todo o empenho da equipe de profissionais, ele contou com um gesto de solidariedade da técnica de enfermagem da UTI COVID, Tatiane Gabriela Vasconcelos. “Quando os exames do Fernando começaram a piorar, foi aí que senti que ele já não tinha mais forças para lutar pela vida. Pedi, então, para que uma enfermeira da família me trouxesse um vídeo da esposa e do filho dele, que estavam em isolamento domiciliar. Percebi a emoção dele e o quanto chorou ao ver a preocupação de sua família. E em todos os meus plantões fiz questão de estar perto dele e transmitir os vídeos com mensagens positivas de sua família. Hoje somos amigos. Não escolhi a Enfermagem, a Enfermagem me escolheu. Por isso, me sinto muito grata por ter conseguido ajudá-lo a se recuperar”, comenta Tatiane.
Como gesto de gratidão, a família deu um bolo de presente para a equipe do hospital. Depois de superar a doença e sobreviver à COVID-19, o motorista passou a enxergar a vida com outros olhos. “Sofri muito com essa doença, foram dias angustiantes. Antes eu só pensava em reformar minha casa e trabalhava muito pra dar um conforto para minha família, mas dinheiro não é tudo. O que importa de verdade são os momentos que vivemos ao lado das pessoas que amamos, e isso não tem preço. Hoje, graças a Deus e aos profissionais, tive uma nova chance de viver”.